O Tempo Quaresmal tem seu início na Quarta-feira de Cinzas, dia em que a Igreja pede o jejum e a abstinência e dia também em que nos lembra através da imposição das cinzas que "do pó viemos, ao pó voltaremos". Esse gesto significa que nossa vida está nas mãos de Deus e é ele quem decide sobre ela.
Nos 40 dias que Jesus passou no deserto ele jejuou e orou antes de enfrentar as situações de tentação. Assim, Cristo nos ensina que esse é o tempo favorável para nos aproximarmos de Deus com o coração contrito, com jejum e oração para enfrentarmos as tentações que nos tentam tirar da presença de Deus.
A Igreja nos ensina que os remédios contra o pecado são a meditação, a oração, o jejum e a esmola, por isso, nesse tempo somos exortados a uma vivência concreta da oração, do jejum, da meditação, é um momento de silêncio, de abandonar os prazeres da carne, momento de mortificação, de luta intensa contra o pecado e suas consequências.
Nós só conseguiremos viver bem esse momento olhando para o Cristo que conhecia, amava e meditava a Palavra de Deus em seu coração. São Paulo nos diz "não faço o bem que quero e faço o mal que não quero", ele nos mostra que existe uma luta entre nossa vontade e o nosso agir. A quaresma é o tempo em que de forma mais intensa nos colocamos em combate para conformar o nosso querer de cristão, ao nosso agir. É tempo de mortificação, não uma valorização do sacrifício por ele mesmo ou masoquismo, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz. O sacrifício é um meio, não um fim. É preciso passar por ele, mas ele não é a meta final, a meta é fazer a vontade de Deus.
Também na Quaresma, temos o tempo propício para rever nossa vida, nossas atitudes, para nos assemelharmos a Cristo. Para isso a Igreja nos oferece o Sacramento da Confissão. Na confissão nós abandonamos o pecado do orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, pornografia, gula, ira, inveja, preguiça, mentira, etc., enfim, fazemos um caminho de conversão, onde somos convidados a "converter e crer no Evangelho".
A Igreja ainda oferece meios para vivermos a caridade e a partilha. Temos a Campanha da Fraternidade e muitas outras frentes de trabalho onde podemos ajudar e doar, contribuindo para todo o desapego material.
Vamos aproveitar bem esse tempo e fazer uma caminhada com Jesus rumo à Páscoa.
Preparemo-nos e despojemo-nos das obras das trevas e juntos com Jesus façamos o caminho do deserto nos livrando de tudo o que nos tenta tirar a graça de Deus.
A Quaresma termina na Semana Santa. Até lá temos um longo caminho. Que Deus nos dê a graça da constância e da fidelidade.
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